Dos remédios nascem os males...
"No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os maus políticos têm medo do passado."
Em Politica há pessoas tão inábeis que suas ausências preenchem lacunas...
Senadores e deputados voltam aos trabalhos nesta terça-feira, 5, com uma pendência para resolver: a votação do projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO). O texto que orienta a elaboração do Orçamento deveria ter sido enviado à sanção presidencial há duas semanas, em 17 de julho.
O projeto da LDO chegou ao Parlamento em abril, mas passou quase dois meses à espera de um relator na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O impasse ocorreu por conta de uma disputa pela relatoria da matéria (PLN 2/2025).
Indicado pelo PT para ocupar o posto, o deputado Carlos Zarattini (SP) acabou perdendo a vaga para o deputado Gervásio Maia (PSB-PB). O parlamentar paraibano apresentou um relatório preliminar, aprovado em julho pela CMO.
Além do entrave político, uma questão técnica contribuiu para o atraso no cronograma. Desde 1992, o anexo de prioridades e metas da LDO era elaborado com base em metas físicas, ou seja: a quantidade de bens ou serviços realizados a partir de cada ação orçamentária.
Neste ano, isso mudou. Segundo o projeto enviado pelo Poder Executivo, o anexo agora deve ser elaborado com base em objetivos previstos no Plano Plurianual (PPA). Isso obrigou os serviços de tecnologia do Senado e da Câmara dos Deputados a desenvolverem um novo sistema para acolher as emendas apresentadas pelos parlamentares.
Com o atraso no cronograma, o presidente da comissão, senador Efraim Filho (União-PB), sugeriu um novo calendário para a tramitação da matéria. Pela proposta, senadores e deputados podem oferecer emendas ao projeto de lei entre os dias 5 e 14 de agosto. O prazo original terminou em 2 de julho.
Depois de analisar as emendas, o deputado Gervásio Maia deve apresentar um relatório final, que precisa passar pela CMO e pelo Plenário do Congresso Nacional. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), as duas votações devem ocorrer em agosto.
A LDO orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), cujo projeto é encaminhado ao Congresso Nacional até 31 de agosto. Caso a LDO não seja aprovada e sancionada até lá, o Poder Executivo deve formatar a proposta orçamentária com base no projeto original da LDO — sem levar em conta eventuais alterações sugeridas pelos parlamentares. Foi o que ocorreu nos últimos dois anos, quando os projetos de LDO só foram aprovados e sancionados em dezembro.
Para o consultor legislativo Otávio Gondim, é “perfeitamente factível” que a aprovação da LDO ocorra em agosto. Ele coordena o núcleo de Projetos e Acompanhamento de Leis de Diretrizes Orçamentárias e de Planos Plurianuais da Consultoria de Orçamentos do Senado (Conorf).
— Neste ano, há uma inclinação bastante consistente da presidência da CMO por seguir os prazos constitucionais do processo orçamentário. O novo cronograma proposto pelo presidente da CMO foi discutido com a equipe de coordenação das consultorias antes de ser encaminhado para o presidente do Congresso, e achamos que seja perfeitamente factível, do ponto de vista do processo legislativo, que a aprovação ocorra na semana de 25 de agosto, com antecedência ao envio do projeto da LOA para o Congresso — explica Gondim.
O projeto da LDO prevê meta de superávit primário de R$ 34,2 bilhões. O texto fixa o limite de despesas em R$ 2,43 trilhões para 2026. O Ministério do Planejamento e Orçamento prevê uma redução das despesas discricionárias (não obrigatórias), que passariam de R$ 231,8 bilhões em 2026 para R$ 147,8 bilhões em 2027 e continuariam caindo até chegar a R$ 39,5 bilhões em 2029. Entre as despesas primárias, a maior parte está vinculada a gastos obrigatórios, como benefícios previdenciários (R$ 1,13 trilhão), pessoal e encargos sociais (R$ 451 bilhões).
Em relação à inflação, o texto prevê “leve aceleração” em 2025, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar em 4,9%. “Para 2026, projeta-se variação de 3,5% para o IPCA, dentro do intervalo da meta. Para os anos posteriores, a previsão é de convergência da inflação para o centro da meta de 3%”, indica a mensagem enviada ao Congresso Nacional.
Entre as atividades também previstas está a oposição tentando emplacar a votação da anistia a envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado.
Nas últimas semanas, a cúpula do Congresso não sinalizou que acatará os pedidos da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além de a Câmara não ter pautado a urgência à anistia em plenário até o momento, o Senado segue sem avançar com os mais de 25 pedidos de cassação contra o ministro Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Hoje, estão entre as principais pautas da oposição estão a anistia e o impeachment de Moraes.
Entre os pleitos também está o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais e reduz parcialmente a alíquota para rendimentos de até R$ 7.350. Para compensar a perda de arrecadação, a proposta cria uma cobrança extra progressiva de até 10% para quem recebe acima de R$ 600 mil por ano, atingindo o teto para rendas superiores a R$ 1,2 milhão.
Outra pauta relevante é a Medida Provisória 1.303/2025, que aumenta a taxação de apostas on-line e passa a tributar investimentos hoje isentos, como LCAs. A ministra Gleisi Hoffmann reforçou que o objetivo é cobrar mais dos muito ricos, bancos, bilionários e empresas de bets. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será ouvido no Congresso sobre o tema nesta semana.
O semestre também promete embates políticos, como a pressão do PT pela cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de articular sanções contra o Brasil e obstruir investigações, e a votação no plenário da cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ), aprovada no Conselho de Ética. A oposição, por sua vez, quer avançar com projetos que limitam decisões individuais de ministros do STF e restringem a atuação de partidos na Corte.
Além da regulamentação da mineração em terras indígenas, com votações previstas no Senado, e a reforma administrativa, que pode ganhar força após a elaboração de proposta por grupo de trabalho da Câmara.
Fonte: https://atarde.com.br
Foto: Carlos Moura/Agência Senado
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