"A baixeza mais vergonhosa é a adulação!"
"Os bancos das praças estão sempre ocupados por desocupados".
"Os valores morais são os únicos que conservaram os preços de antigamente!"
"O SUBVERSIVO DE PAULO AFONSO"
CAPÍTULO IV
“LINHAS DO TEMPO”
Em pleno século XXI, enquanto no ano atual de 2020 o mundo sofre com os horrores da Pandemia, em março de 1964 o Pandemônio foi instalado nas Forças Armadas do Brasil com militares contra e a favor do Golpe Militar. Após ouvir o discurso do então presidente João Goulart para suboficiais e sargentos no Automóvel Clube do Brasil em 30 de março de 1964, em Juiz de Fora, o general Olympio Mourão Filho,comandante da 4ª Região Militar e da 4ª Divisão de Infantaria do I Exército e líder da Operação Popeye que almejava tomar a sede do Ministério da Guerra com apoio do general Carlos Luiz Guedes, que pretendia declarar a independência do estado de Minas a fim de pressionar os demais estados a aderir, naquela ocasião, a conspiração, Mourão, de pijama, disparou dezenas de telefonemas para aguardar reforços de comandantes de outros estados.
Em 31 de março de 1964, “o dia que não acabou”, contatado, Castelo Branco, irritado com o que considerava uma ação precipitada e irresponsável, ligou para o governador de Minas e pediu para que ele convencesse Mourão a não deslocar suas tropas para o Rio de Janeiro. Magalhães Pinto respondeu que Mourão estava irredutível e não iria recuar. Também Castelo mandou um recado ao general Amaury Kruel, comandante do II Exército, responsável pelas tropas de São Paulo e do Mato Grosso, que respondeu abruptamente: “isso não passa de uma quartelada do senhor Mourão. não entrarei nela”. O fuzuê estava formado. Além dos generais comandantes de regiões militares que não se entendiam, políticos como Luís Carlos Prestes, Leonel Brizola e Juscelino Kubitschek que não apoiavam a suposta “revolução”, Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais eo polêmico jornalistaCarlos Lacerda, incentivavam os revolucionários.
Neste imbróglio divisionário dos prepostos das Forças Armadas não havia perspectivas para o consenso. No dia seguinte, 1º de abril, na Rádio Nacional, o Repórter Essofoi ao ar, relatando que o ministro Jair Dantas Ribeiro havia assumido o comando das operações contra a rebelião e Jango recebeu uma delegação de industriais e empresários que manifestavam apoio ao governo. Concomitantemente, à época, mil militares de esquerda se reuniram no Teatro Nacional e se apresentaram para lutar. Preencheram um cadastro e voltaram para suas casas, com a promessa de receberem armas no dia seguinte. O cadastro ficou no Sindicato dos Servidores Civis. Jamais foi utilizado.
A sede da UNE, (União Nacional dos Estudantes), na Praia do Flamengo, foi incendiada e a Faculdade de Filosofia foi metralhada enquantoa redação do jornal Última Horafoi invadida, e, simultaneamente, oficiais da Marinha tomavam o prédio de seu ministério, para deleite do apresentador de televisão, Flávio Cavalcante, que narrava ao vivo o infortúnio inexorável do governo de Jango Goulart.
Em Washington, o secretário de Defesa Robert Mcnamara, o secretário de Estado Dean Rusk, o diretor da CIA, John McCone, e o chefe da junta de líderes do Estado Maior, general Maxwel Taylor, discutiam a situação do Brasil. O contra-almirante John Chew, vice-diretor de operações navais dos Estados Unidos, ordenou o deslocamento de um porta-helicópteros, quatro petroleiros e seis contratorpedeiros do porto de Aruba, com destino a Santos-SP. Era o começo da Operação Brother Sam, que estava arquitetada desde 20 de março de 1964. O porta-aviões deveria chegar a costa brasileira entre 08 e 13 de abril daquele fatídico ano.
O Brasil no Regime de Exceção... isto relatarei sucintamente a seguir.
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