O PDT já tem uma data na qual deve anunciar o apoio ao governo Jerônimo Rodrigues (PT): dia 2 de maio, quando o ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente nacional licenciado do ninho pedetista, vem a Salvador para se encontrar com morador do Palácio de Ondina.

O encontro terá, ainda, a presença do presidente do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que vem dialogando há algum tempo sobre o apoio a Jerônimo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e com o secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola.

Prefeitos e lideranças do PDT do interior da Bahia também devem ser chamados para a reunião. A movimentação para levar os pedetistas para o colo do governo contou, inclusive, com movimentações decisivas dos ex-gestores de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, e de Araci, Silva Neto, ambos filiados à legenda e pré-candidatos a deputado estadual.

O Política Livre mostrou ontem que Jerônimo intensificou as negociações com o PDT para atrair a cúpula do partido para a base aliada, na mesma medida em que as conversas com o PP esfriaram após o avançarem as tratativas nacionais para que sigla forme uma federação com o União Brasil.

O fato de o PDT já ser aliado do PT no plano nacional facilitou as conversas de Jerônimo com os pedetistas. Além disso, há fatores locais. A relação de Félix com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) nunca foi boa, mas se torno ainda pior depois que o líder da oposição no Estado articulou para que a atual gestora de Lauro de Freitas, Débora Régis, deixasse o ninho pedetista e migrasse para o União Brasil, antes da campanha eleitoral de 2024. Félix alega que sequer foi consultado por Neto sobre a manobra, e que foi tratado como adversário.

Outro fator é a rivalidade interna entre o presidente do PDT da Bahia e o deputado federal Leo Prates, que também representa o partido na Câmara e é aliado de ACM Neto. Félix já se queixou diversas vezes no meio político sobre supostos movimentos do correligionário para tomar-lhe o comando da sigla no Estado.

A exemplo de Leo Prates, o único deputado estadual do PDT, Emerson Penalva, que é próximo do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), também é contra uma aliança com o PT na Bahia. A tendência é que os dois parlamentares deixem o partido no futuro.

Resta saber como ficará a situação do PDT no plano municipal. Hoje, o partido, que tem quatro vereadores, apoia o governo de Bruno Reis e ocupa cargos na gestão. A vice-prefeita Ana Paula Matos é um quadro importante da legenda nacionalmente. Em 2022, ela foi candidata a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo pedetista Ciro Gomes. Félix – cuja irmão, Andrea Mendonça, foi recentemente nomeada como secretária do Mar – deseja manter o apoio ao chefe do Executivo municipal.

Segundo apurou o site, o acordo entre Jerônimo e o PDT envolve, sobretudo, o fortalecimento da sigla para a disputa das eleições proporcionais em 2026. Entretanto, não está descartado que os pedetistas ocupem espaços na gestão estadual. Uma das possibilidades, inclusive, é a legenda ficar com a Secretaria de Planejamento, que estava reservada ao PP.

Fonte: https://politicalivre.com.br
Foto: Divulgação/Arquivo

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