Dos remédios nascem os males...
"No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os maus políticos têm medo do passado."
Em Politica há pessoas tão inábeis que suas ausências preenchem lacunas...
O jornalista e comentarista político alemão Wolfgang Münchau publicou nesta terça, 3, no New Statesman, artigo intitulado “A ascensão da direita populista deixou a Alemanha em ruínas”. Nele, Münchau explora o resultado das eleições estaduais do leste da Alemanha, realizadas neste domingo, 1, que deram à direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD) a vitória em dois estados. Segundo Münchau, embora o resultado tenha sido previsto pelas pesquisas, o país se encontra em choque, pois a direita nacionalista “está em marcha e ninguém sabe como detê-los”.
É a primeira vez que o AfD vence eleições estaduais, obtendo mais de 30% dos votos. “O AfD é agora a força política dominante no leste da Alemanha”, afirma Münchau. A vitória, contudo, não resultou imediatamente em governo, já que as demais forças políticas se recusam a formar coalizões. O autor menciona que “um verdadeiro firewall foi erguido contra o AfD”, o que impede a formação de governo, mas também cria um impasse político, já que “se não for o AfD, quem formará um governo?”
O jornalista pontua que, ao lado da ascensão da direita radical, há outro fenômeno: a ex-comunista Sahra Wagenknecht, que “usa temas da direita e já segura o poder em equilíbrio em alguns estados”, como a Turíngia. O desempenho dela foi visto como “fora de série”, tendo alcançado entre 7% e 9% nacionalmente.
Enquanto isso, o governo de Olaf Scholz é retratado como irrelevante. Segundo Münchau, “os grandes perdedores do domingo foram os partidos do governo”, com os social-democratas do SPD e os liberais praticamente desaparecendo no leste do país.
No âmbito federal, o artigo destaca que “juntos, o AfD e o partido de Wagenknecht somam mais de 25% das intenções de voto”, criando uma enorme dificuldade para que partidos de centro consigam formar uma coalizão estável. O autor também critica a postura de Friedrich Merz, líder da CDU, que tentou copiar o discurso anti-imigração do AfD após um ataque em Solingen, mas, para Münchau, “o CDU carece de credibilidade como partido anti-imigração”.
O artigo sugere que “a estratégia mais inteligente seria cooptar o AfD como parceiro júnior em uma coalizão”, mas reconhece que a história da Alemanha torna isso politicamente inviável. Münchau conclui com uma análise mordaz: “Os firewalls são a personificação do medo”, e o resultado é que “a Alemanha se fecha contra o progresso e a modernidade”.
Wolfgang Münchau é um respeitado comentarista político alemão, conhecido por sua atuação em jornais como o Financial Times e o New Statesman. Com formação em economia, ele se especializou em temas europeus e de política econômica. Além de ser autor de livros sobre a crise financeira europeia, Münchau é cofundador do site Eurointelligence, onde analisa as complexidades da zona do euro.
Fonte: https://oantagonista.com.br
Foto: depositphotos.com / gustavofrazao
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