Eduardo Bolsonaro pede asilo para bolsonaristas foragidos na Argentina

[Eduardo Bolsonaro pede asilo para bolsonaristas foragidos na Argentina]

Um grupo de 65 golpistas bolsonaristas fugiu para a Argentina. Os apoiadores do ex-presidente inelegível, Jair Bolsonaro (PL), não escolherem esse destino ao acaso. Na semana passada, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu asilo político para os criminosos durante um ato no Congresso argentino convocado pela deputada do Avança Liberdade, apoiadora de Javier Milei, María Celeste Ponce.

A investigação da Polícia Federal (PF) já aponta que a decisão de cruzar a fronteira para a Argentina a fim de evitar a Justiça brasileira é uma estratégia elaborada a partir da ascensão Milei, de extrema direita e aliado de Bolsonaro, à Casa Rosada.

De acordo com informações da PF, alguns dos fugitivos já teriam solicitado refúgio ao governo Milei. Todos os fugitivos já estão sob pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para serem incluídos na notificação vermelha da Interpol.

Visita de 'Dudu Bananinha'

No dia 2 deste mês, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, visitou a Argentina para discutir "liberdade de expressão" e "perseguição política", além de "repudiar os atos de perseguição política no Brasil". Nessa reunião, o chamado 'Dudu Bananinha' pediu asilo para os brasileiros foragidos e acusou o Brasil de estar "sob censura".

"Se não houvesse eventos como este, as pessoas ficariam detidas no Brasil, pensando que ninguém está fazendo nada por elas", disse a jornalistas.

Eduardo compareceu ao Congresso argentino para uma conferência convocada pela deputada mileísta por Córdoba, María Celeste Ponce. Ela se autodefine como antifeminista e encerra suas intervenções com o chamado por "Deus, Pátria e Família".

Nesta quinta-feira (6), Celeste publicou um vídeo com o registro da visita de Dudu Bananinha que estava acompanhado dos também deputados bolsonaristas Júlia Zanatta (PL-SC) e Marcelo Van Hattem (Novo-RS).

"Realizamos uma audiência sobre os ataques à liberdade de expressão, os casos de censura e a violação dos Direitos Humanos no Brasil", escreveu.

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Golpista convidada a fugir

O advogado Helmar de Souza, que defende uma das presas, Dirce Rogério, admitiu a O Globo que sua cliente recebeu uma proposta para fugir do país. Ele disse, no entanto, que a convenceu a não aceitar a oferta e ficar no Brasil. Agora, o advogado afirma que irá recorrer da prisão.

A PF tem informações de que parte dos foragidos pediu refúgio ao governo Milei, aliado de Bolsonaro, e de que alguns não passaram pelas barreiras migratórias.

Os alvos que não foram encontrados também terão os nomes incluídos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Com isso, seus nomes ficarão públicos e qualquer pessoa que localizar os foragidos pode acionar a polícia para realizar a prisão.

A investigação teve início no mês passado, quando o portal Uol revelou que os condenados e investigados haviam cometido uma série de delitos para evitar as ordens judiciais, como remover tornozeleiras eletrônicas, mudar de endereço sem informar ao tribunal ou não comparecer às audiências.

Operação Lesa Pátria

A PF deflagrou mais uma fase da Operação Lesa Pátria nesta quinta-feira (6) para capturar 208 indivíduos condenados ou sob investigação por sua participação nos ataques de 8 de janeiro de 2023, considerados foragidos.

A lista inclui 65 réus que fugiram para a Argentina e que agora serão alvos de pedidos de extradição. Um relatório divulgado pela corporação na quinta contabilizou 49 prisões em 18 estados e no Distrito Federal, enquanto indicava que outros 159 indivíduos ainda estavam sendo procurados.

A investigação faz parte de uma megaoperação para capturar 208 pessoas condenadas ou investigadas por essa tentativa de golpe, das quais 159 ainda estão sendo procuradas no Brasil, Uruguai e Argentina.

A Polícia Federal forneceu um mapeamento do paradeiro dos fugitivos e entregou as informações ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas em Brasília, que deverá emitir ordens de extradição.

O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), ligado ao Ministério da Justiça, será responsável por emitir o pedido de extradição para a Argentina.

Fonte: https://revistaforum.com.br

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